14 de fevereiro de 2011

Sonhos e Heróis

Acabo de concluir o texto do post anterior e voltemos ao exemplo do menino do videogame... Penso agora aqui: que sonhos teria um menino deste? Será que ele e seus amigos simplesmente têm pensamentos no material? Digo apenas que sem sonhos nada somos.

Com o atual conceito de interação global passamos a aceitar tudo que vem de fora com maior facilidade. Difusão cultural passou a ser praticamente uma lei. Contudo, isso pode vir a destruir uma das coisas muito importantes para o homem: seus princípios. É com base nestes e com a convivência ente pessoa que se forma o caráter do ser, definindo o que é importante, conseguinte, nascendo sonhos ou até mesmo simples objetivos para a vida.

Acredito que isto ocorra devido à falta de heróis que temos atualmente. Quando digo heróis me refiro à falta de exemplos reais, inspirações para a nossa vida. Por que a maioria destes desapareceram? Pelo fato de termos praticamente tudo ao nosso alcance, onde nada mais é louvável o suficiente para que seja chamado de acontecimento heróico. Tudo se tornou simples, comum. Tornamo-nos apenas consumista, máquinas consumistas. Perdemos nossos sonhos.

O modelo de sistema de vida atual nos limita, não permitindo que sonhemos. Vivemos em prol de algo que na verdade deveria estar a nosso favor. Esta coisa faz com que não abre espaço para falhas, o que são muito prováveis na busca por nossos sonhos, ideais que são realmente difíceis de alcançar. Falhas não são aceitas. Não podem ocorrer. Isto porque alguém colocou em nossa cabeça que se não formos um total sucesso seremos um total fracasso, forçando nosso inconsciente a ocupar o espaço dos nossos sonhos com o sentimento de medo, cortando nossas asas e não permitindo que possamos voar o mais alto que poderíamos, ou ao menos deveríamos.

Maior prova de que atualmente faltam inspirações é o Capitão Nascimento: o primeiro policial que anda na linha e faz o seu trabalho como todos deveriam fazer, do dia para a noite, vira herói nacional. Antes dele? Talvez Ayrton Senna, herói verdadeiro, que nos ensinava todo final de semana como ser um verdadeiro campeão, em todos os sentidos, ganhando, perdendo (às vezes nem terminando a prova), mas o principal, o valor da superação, trabalho duro... ensinava a ser um campão na vida. Expandindo horizontes: Por que não o Super-homem? Sempre lutando pela justiça, independente de quem fosse seu adversário e ignorando suas fraquezas.  

Cito estes exemplos tão diferenciados e os coloco no mesmo patamar (herói) pelo fato de todos serem iguais em suas essências: Todos lutam e/ou lutavam por um ideal maior, por pessoas das quais depositavam sua fé neles, sempre acreditando em um futuro melhor. No fundo, todos tentaram mostrar que qualquer um pode ser um herói, de maneiras diferentes, mas sempre colaborando em algo, por menor que possa ser.

Já que é simples assim, procuremos então o herói dentro de nós. Não encontraremos. Este herói não estará lá pelo fato de não termos o construído. (também, geração do oba-oba e do terrorismo, vamos nos inspirar em que?). Contudo, ainda há esperança. Os heróis são famosos por travarem batalhas diárias contra eles mesmos e conosco não poderia ser diferente. Mude de atitude e torne-se o herói que busca, talvez inspirando sonhos e tornando possível a continuação de um ciclo que foi quebrado há tempos atrás.

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